segunda-feira, 21 de junho de 2010

LIBERDADE NA PEDRA

Não sei o por quê, mas desde ontem veio uma vontade muito forte de desenterrar uma experiência vivida há cerca de 6 anos. Talvez possa edificar e abençoar a vida de alguns. Então, lá vamos nós viajar um pouquinho para Algodão de Jandaíra (meu pedacinho do céu).

Era agosto de 2004 e nos preparávamos para mais um sábado evangelístico em Algodão. Durante a semana, enquanto preparava o almoço, Deus me deu a direção para fazer algo com o grupo que iria. Não comentei nada com ninguém, apenas disse a Esly (o lider de louvor) e a Jessé (meu sobrinho que toca o shofar) que eles precisavam ir para Algodão no sábado.

Tudo transcorreu normalmente durante o dia: as visitas evangelísticas, o trabalho com as crianças, a parte social com a entrega de alimentos e roupas, etc.

Quando estava entardecendo, pegamos o rumo da serra de Algodão. O que Deus me mandara fazer era lá. Iríamos subir em uma grande pedra e lá em cima elevar um altar de adoração ao Senhor com louvores, orações, palavras proféticas e o toque do shofar. Não havia nada programado, apenas a certeza estava em meu coração que ele queria que fizéssemos isso no fim daquele dia no topo daquela pedra.
Eu mesma nunca tinha ido lá, vi apenas algumas imagens em fotos e DVD. Mas foi ao chegar lá que fui surpreendida pelo tamanho da pedra e a forma, aos meus olhos, "impossível" de subir. Nunca mais vou me esquecer! Aquela imagem foi um choque pra mim. Diante de mim esltava a ordem de Deus para adorá-lo no topo da pedra e paralelamente o medo intransponível de subir aquele caminho tão ingreme.

Sem muito esforço o grupo começou a subir, até meu filho de 8 anos subiu tranquilamente! E eu fiquei paralizada pelo medo... Para ironia da situação, a única que ficou travada pelo medo comigo foi Vitória (a irmã que teve a revelação em sonho para conhecermos Algodão). Exatamente as duas "mulheres de fé" foram as que ficaram paralizadas pelo medo.

O tempo que vivemos (eu e Vitória) a partir daí foi de muito tormento espiritual. Quando ouvi os louvores, as palmas, o toque do shofar... meu Deus! Parecia que meu coração se rasgava. Eu não tinha compartilhado com ninguém o que faríamos lá em cima e Deus me dizia que ele podia fazer tudo do seu jeito sem precisar de mim, já que eu tinha decidido ser medrosa.

Os irmãos desceram já estava noite, vieram iluminados por uma única lanterna, mas a alegria e a glória do Senhor que enchia suas vidas eram inconfundíveis. Para mim a viagem de volta foi péssima, o tempo todo em silêncio, atormentada pela minha fraqueza, me sentindo culpada pelo meu medo paralizante.

O domingo foi horrível, fui pra igreja à noite por obrigação, afinal sou pastora e o ministério de louvor que participo ia cantar. No meio do louvor, Esly me falou que eu iria cantar "Lugares Altos" do DT. Não acreditei! Como poderia cantar aquele louvor? Simplesmente disse que não cantaria, não podia. Enquanto ele mesmo cantou, fiquei no meu canto apenas chorando pela minha fraqueza em desobedecer ao Senhor.

Na segunda-feira, não suportava mais e fui para o melhor lugar que poderia ir: A PALAVRA DE DEUS. Sem muita demora, pois Deus sabia como eu estava, meus olhos saltaram logo no texto de Oséias 6.1-2 "Venham, voltemos para o Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos trará cura; ele nos feriu, mas sarará nossas feridas. Depois de dois dias ele nos dará vida novamente; ao terceiro dia nos restaurará, para que vivamos em sua presença". Nossa, que bálsamo foi essa palavra para minha alma!!!

Meus olhos se abriram e percebi que era o próprio Senhor que estava me confrontando com a minha fraqueza. Ele sabia que eu não conseguiria subir naquela pedra quando gerou em meu coração o desejo de adorá-lo lá em cima. Ele mesmo estava "abrindo a ferida" para ele mesmo "fechar a ferida". Aleluia!!! Tirei meus olhos dos meus sentimentos, que só me levariam a mais frustração e amargura e coloquei meus olhos naquele que era a minha fortaleza e que me levaria a "lugares altos".

Não bastava reconhecer o que Deus estava fazendo. Eu tinha que tomar uma atitude de fé agora. Então, no dia 24 de agosto de 2004, fomos eu, Pr. Enéas, Márcio e Cláudia novamente a Algodão de Jandaíra apenas para eu subir naquela pedra abençoada. Parece loucura, mas para mim não era. E os irmãos que me acompanharam estavam no mesmo Espírito e percebiam o que isso significava no Reino espiritual.

Ao chegar naquele lugar novamente, tudo estava exatamente como antes. A pedra continuava alta e íngreme do mesmo jeito que antes. O que estava diferente agora era a minha visão. Continuava sabendo que na minha força eu jamais subiria aquela pedra, mas na dependência do Pai, ele me faria mais do que vencedora. Foi assim, que eu me ajoelhei, cantei "Preciso de Ti" do DT, e orei chorando e clamando pela dependência completa de Deus naquele momento. Me levantei e comecei a escalar aquela pedra. Não vou dizer que foi fácil, mas a cada passo, recebia mais força e unção do Senhor, ao chegar lá em cima que tive a dimensão de quão alta ela é. Mas dei muitos brados de vitória ao meu Senhor, lí bem alto a Sua Palavra, orei e louvei a Deus. Aleluiaaaaaaaaaa!!!!!!!! Deus é muuuuuuito fiel!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Desci muito leve pela obediência ao Senhor, pela liberdade do Espírito e pela presença manifesta da glória de Deus na minha vida naquela hora.
Depois daquela vez já subi várias vezes naquela pedra. E vale a pena destacar um pequeno detalhe: depois de várias subidas e descidas, descobrimos um acesso muito, mas muito mais fácil para subir na pedra. Eita Deus!!!!!

Aprendi a lição! Quer dependência de Deus? Com Ele é assim: "Ele nos fere, mas sara as nossas feridas". Seja sincero com você mesmo, talvez seus pensamentos e atitudes ainda estejam baseados em sentimentos enganosos ou em feridas do passado. DECIDA: Dê passos de fé, tenha atitudes que demonstrem sua dependência e conquiste sua liberdade em Cristo Jesus.